Conforme solicitado #67
Cabeça de bacalhau
Opa, alguém por aí? Como diz a internet, everything happens so much. Vamos lá.
Feriado da Proclamação da República hoje em dia é sempre a possibilidade de que os dodói bolsonaristas ameacem algo ou alguém. Escrevemos este abre antes do dia 15 de novembro e esperamos que ele não envelheça mal porque, sei lá, nazistas invadiram o STF e tentaram conjurar o fantasma de Carlos Lacerda através de necromancia.
Por outro lado, logo logo é Dia da Consciência Negra, um feriado recebido com hostilidade desde que surgiu no calendário oficial. Esse, aliás, é um bom parâmetro: quando você formula a pergunta “Quão racista é o brasileiro?”, bom, a resposta é “Ele é racista a ponto de CRITICAR UM FERIADO”, esse é o tamanho do racismo do brasileiro, minha amiga e meu amigo.
Além disso, estamos diante das manifestações mais agressivas do aquecimento global até aqui. Papo de sensação térmica de 55º, vai vendo. Aí convém recordar de gente como o arrombado do João Pereira Coutinho, por exemplo, que passou anos na Folha de São Paulo minimizando e, no limite, negando a existência do aquecimento global.
Na época, ele chamava pomposamente de “milenarismo secular” etc. Quem tem memória sabe. É aquele papo, “direita moderada” e “conservador civilizado” é igual cabeça de bacalhau: raramente se vê por aí, não adianta.
Na edição de hoje Gabriel fala sobre a direita radical, Arnaldo imagina o diário de um contemporâneo do apocalipse e João sobre novas atualizações do capitalismo. Além disso, temos o cartum do Arnaldo e as dicas da redação. Coloca a sunga, bota o biquíni e acompanhe a gente nesse grande banho de mangueira no quintal que é a Conforme Solicitado. A cerveja tá no gelo e a carne já na brasa.
Mais uma sobre reaças
Gabriel Trigueiro (Instagram: gabri_eltrigueiro)
Há coisa de três anos tentei vender uma pauta para a Piauí, a respeito de um perfil de Curtis Yarvin, um dos principais intelectuais do movimento, ou ensaio de movimento, conhecido como neorreacionarismo — um troço que, visto de longe, guarda algumas semelhanças com o conservadorismo, mas que é infinitamente mais extremo em conteúdo e forma.
Meu argumento era o de que, cedo ou tarde, esse negócio iria chegar aqui e influenciar setores do bolsonarismo. Mas, antes disso, iria adquirir escala e proporção dentro do debate público norte-americano. Obviamente eu estava certo.
Embora Yarvin seja antigo conhecido de alguns direitistas brasileiros, lembro por aqui de algumas dicas entusiasmadas de seu antigo blog, Unqualified Reservations, há coisa de uns 20 anos, no Brasil ele ainda permanece como objeto de culto de uma meia dúzia de gatos pingados com simpatias fascistas e supremacistas difusas. No entanto, nos EUA cada vez mais suas ideias ganham alcance e força relativa.
Recomendo este ensaio aqui do Damon Linker (que tem uma newsletter excelente sobre política, a Notes from the Middleground), publicado no início de novembro no NYT: sobre como o Partido Republicano e o movimento conservador norte-americano foram tomados de assalto por extremistas e lelés. Nele Linker fala sobre Yarvin, mas também sobre outros radicais.
Papo de uma semana depois de publicar o artigo de Linker, o Times deu espaço para uma refutação (ou uma tentativa de) escrita pelo seu colunista Ross Douthat — que é o conservador de estimação, o conservador token, do NYT. A exemplo do status ocupado pelo David Brooks e tal e coisa. Quem sabe sabe.
O resumo é o de que o New York Times chegou três anos atrasado à pauta que sugeri à Piauí. Acontece que, por motivos variados, acabou não rolando o meu texto. Como parte do lobby que fiz na venda dessa pauta, cheguei a escrever um, digamos assim, briefing, um resumo do resumo, do ensaio que eu propus.
Como tomei um ghosting dos camaradas, jamais fui respondido etc., publico aqui na newsletter esse textinho. Porque vai que interessa, né.
Aliás, se o tema for do gosto de vocês, quem sabe não pode virar lá na frente um material exclusivo para a galera do plano de assinatura paga?
Curtis Yarvin e o neorreacionarismo
Da mesma forma que nossa classe intelectual se enganou ao ignorar Olavo de Carvalho e o olavismo, a principal fonte do populismo antidemocrático de direita no Brasil, e perdeu de vista quando aquilo que era no máximo percebido como uma excentricidade autoritária nos confins da internet tinha se tornado responsável por indicar Ministros de Estado e pautar políticas públicas para educação e cultura, é no mínimo razoável se precaver diante do neorreacionarismo e de seus profetas. Até porque, não se enganem, como qualquer modismo intelectual de direita, se hoje ele está ganhando tração nos EUA, logo mais esse negócio chega com força cá por essas bandas.
A primeira coisa necessária para entender o neorreacionarismo é compreendê-lo como algo particular e bem diferente do movimento conservador norte-americano. Se os conservadores se posicionam como defensores das instituições, os neorreacionários não disfarçam a vontade de dinamitá-las, à moda dos radicais. Se as instituições defendidas por conservadores são majoritariamente liberais, daí decorre que todo conservador nos EUA será, ou pelo menos se parecerá, com um liberal-conservador.
O evento fundacional dos EUA celebrado com entusiasmo juvenil pelos conservadores, a Revolução Americana, é o evento liberal e republicano por excelência. Mais uma vez, um conservador nos Estados Unidos se vê obrigado a, no mínimo, pagar um pedágio retórico a valores e a princípios liberais. Um conservador nos EUA invariavelmente defenderá a Revolução Americana. Já os neorreacionários, por outro lado, são monarquistas e antiliberais — suas influências intelectuais vão de pensadores jacobitas do séc. XVII (a turma que advogava a restauração monárquica da dinastia Stuart na Inglaterra e na Escócia) a até, por estranho que soe, críticos culturais marxistas.
Ao contrário da crença triunfalista liberal de que os EUA estão sempre em uma curva ascendente de progresso, baseada em crescimento econômico e inovação tecnológica, neorreacionários são pessimistas quanto ao estado atual das coisas. Embora o movimento não possua qualquer tipo de liderança aparente, o nome com mais destaque e prestígio certamente é o de Curtis Yarvin — um ex-programador de 48 anos, que passou anos escrevendo prolificamente longos ensaios em seu blog, assinando com o nome de Mencius Moldbug.
Na maior parte do tempo, Yarvin foi ignorado pela imprensa mainstream, e foi tratado como mais um maluco filofascista pregando teorias conspiratórias para uma audiência cativa de internet. No entanto, de lá pra cá, ganhou o apoio do bilionário e ativista de direita Peter Thiel, e começou a publicar ensaios de fôlego em veículos mais tradicionais da imprensa de direita e, dessa vez, passou a assinar com seu próprio nome.
Curtis Yarvin acredita que há um complexo formado pelas universidades de elite e a grande imprensa norte-americana: esse ecossistema condicionaria o debate público a apenas um espectro muito limitado de ideias consideradas, pela intelligentsia desse ecossistema, razoáveis e toleráveis. Não à toa, em seus textos ele critica o próprio experimento democrático norte-americano e defende um governo centralizado, cesarista e abertamente despótico — para ele, a única alternativa capaz de livrar os EUA do assalto dos interesses dessa oligarquia composta pela classe intelectual e uma elite de funcionários empregados na administração pública federal.
O ponto aqui é o de que os argumentos de Yarvin e dos neorreacionários passaram das margens para o mainstream. Eles hoje em dia circulam nas principais publicações, sites e programas jornalísticos da direita norte-americana e são repetidos em rodas de conversa, em alto e bom som, por congressistas Republicanos de destaque. Aliás, convém recordar que, ao que tudo indica, Donald Trump disputará as próximas eleições. Muito provavelmente Trump terá o apoio intelectual e a articulação política de Yarvin. Para muitos neorreacionários, afinal de contas, um segundo mandato de Trump será recebido como a chegada de César em uma Roma decadente, nos últimos dias da república.
Even better than the real thing
Arnaldo Branco
Querido diário
Arnaldo Branco (Instagram: @arnaldobranco)
Sempre citam a anotação do diário do Kafka no dia 2 de agosto de 1914 (“A Alemanha declarou guerra contra a Rússia. Natação de tarde”) como exemplo de alheamento diante de um mundo em plena ebulição, ou de como a vida precisa seguir apesar das grandes tragédias da humanidade. Mas se a gente parar pra pensar, nossas atividades rotineiras nessa volta da História fazem muito mais contraste com o estado atual das coisas.
Vamos imaginar o diário de um cidadão médio em 2023 e ver como Kafka estava muito no seu direito de curtir uma piscininha na véspera da Primeira Guerra Mundial:
Quinta-feira, 2 de novembro de 2023
Na hora do almoço a Beth do RH defendeu o assassinato de bebês como direito de defesa do estado de Israel, dizendo que existem infanticídios e infanticííídiooooos — segundo ela, tem uns que são do bem. Fiquei esperando a resposta do rapaz do helpdesk, que é engajado na causa palestina, mas aí lembrei que ele foi substituído por um aplicativo de IA, que aliás concordou com a Beth.
Terça-feira, 7 de novembro de 2023
Choveu granizo de novo, que não causou muito dano porque as pedras de gelo perdem bastante volume antes de atingir o solo por causa do calor (sensação térmica 53 graus). Mas tive que ficar horas no ponto até a tempestade passar. Quando finalmente consegui pegar meu ônibus para o trabalho fiquei preso no trânsito na Praça da Bandeira, causado pela multidão que estava participando do comício nazista.
Sexta-feira, 10 de novembro de 2023
O projeto de privatização da luz solar foi aprovado com grande maioria no congresso. A implementação deve demorar um pouco, o que vai dar mais tempo para ampliar as galerias subterrâneas onde vão viver as pessoas que não puderem pagar pelo serviço, o que corresponde a mais ou menos 74% da população. Estou pensando em financiar uma câmara de raio infravermelho em doze prestações na Magazine Luiza.
Segunda-feira, 13 de novembro de 2023
O mais novo bilionário da praça, o influencer de depilação íntima Ivanildo Prazeres, fez uma oferta de compra da cidade do Rio de Janeiro em troca da exploração dos naming rights. Sim, o município vai mudar de nome mas os moradores vão ter direito à voto, escolhendo entre três opções que remetem à parte da anatomia feminina da qual o nicho de mercado de Ivanildo se ocupa. Eu acho que Bucetópolis é um bom nome.
Sexta-feira, 17 de novembro de 2023
Por causa dos ataques terrestres ao território brasileiro, o governo declarou guerra contra os fãs da Taylor Swift. Natação de tarde.
Algumas das atualizações incluídas no novo pacote “Capitalismo 3.0 - 64 Bits”
João Luis Jr (Medium: joaoluisjr)
Agora ninguém disfarça mais nada: Após alguns séculos tendo que inventar desculpas e justificativas como “é legal porque incentiva a competitividade” ou “somos a única opção porque comunismo é coisa de comunista”, finalmente chegamos naquele estágio econômico bacana em que o capital não precisa mais ficar fingindo que se preocupa com as pessoas.
Está liberado o artigo sobre como uma terceira guerra mundial pode representar oportunidades de investimento, pode sim falar abertamente que fazer remédio que cura doença não é uma prática financeiramente sustentável porque reduz venda de remédio, é bacana ir em evento sobre os rumos da economia e falar que tem gente empregada demais e é preciso deixar uma galera aí passando mais necessidade pra que eles aceitem empregos piores e você possa deixar sua margem de lucro mais legal. Gostoso demais poder ser sincero, né?
Explorando conhecidos e também o desconhecido: Mansões? Qualquer milionário tem. Carrões? Nem precisa ter chegado a um bilhão pra conseguir. Iates maiores do que o espaço onde poderiam tranquilamente residir três famílias mas que são usados para receber apenas três modelos internacionais? Isso é coisa do passado - ainda que ninguém vá se desfazer dos seus iates e ainda vá subornar políticos pra conseguir que eles não sejam taxados.
Não, a onda agora, se você realmente é um super-super-rico, é explorar os ambientes mais inóspitos do universo, investindo nisso o máximo de recursos, enquanto explica que não há a menor condição de aumentar minimamente os salários dos seus funcionários que trabalham 12 horas por dia e não podem tirar pausa pra ir ao banheiro.
Seja uma nave espacial ou um submarino, o importante é sinalizar de maneira bem clara pra todo o resto da humanidade que, enquanto muitos deles não conseguem suprir suas necessidades básicas como moradia e alimentação, você atingiu um nível de acumulação financeira tão absurdo que não está nem comprando coisas com alguma aplicação prática ou que gerem níveis de satisfação que façam sentido pra maior parte das pessoas, mais sim investindo somas obscenas em ideias como “e se a gente pegar esse caixote metálico com controle de videogame e meter ele no fundo do mar?”. Imagina a cara da galera que não tem dinheiro pro pão vendo isso.
Agora o pessoal fica feliz ou triste com lucro de empresa: Todos nós já sabemos que o capitalismo danificou o senso de identidade das pessoas de uma forma tal que alguns dos grandes marcadores atuais de personalidade envolvem ter uma coisa x ou consumir uma coisa y, ao ponto das pessoas que pagam pela coisa x ou y brigarem entre si discutindo quem tem a coisa melhor.
Mas e se a gente conseguisse ir ainda mais longe? E se as pessoas se identificassem tanto com uma marca ou produto que o sucesso comercial dela começasse a ser uma forma de validação pessoal, já que não basta mais gostar de uma coisa, é preciso que você goste de uma coisa que é validada em forma de lucro pra você poder sentir que tem razão ao gostar dela?
Então, bem vindo ao mundo fantástico de gente que comemora bilheteria de filme americano, que vibra com lucro de conglomerado de entretenimento, que tira onda na internet quando a empresa do bilionário que ela é fã tem lucro recorde. É, nem os bilionários entendem, mas ao menos ajuda a gerar mais dinheiro pra passear de submarino.
Vai na minha
Dicas de consumo do pessoal da redação
Omertà de sacanagem
Arnaldo Branco
Assim como a máfia, a cúpula do jogo do bicho do Rio de Janeiro costumava respeitar religiosamente a lei do silêncio, apesar de muitos dos seu segredos — da mesma forma que os de sua parente de origem siciliana — serem de domínio público. Só que no caso da Camorra essa conduta mudou quando as autoridades de vários países aprovaram leis anticrime mais rigorosas, circunstância que levou vários mafiosos a delatarem seus comparsas para evitar enormes temporadas na cadeia.
Mas no Brasil isso não aconteceu: os bicheiros respondem à mesma legislação centenária que considera sua atividade master como contravenção — inclusive está em tramitação uma lei para legalizá-la, junto com outras modalidades de jogos de azar. E em relação a todos os outros, digamos, side jobs dos banqueiros de bicho… bem, é só ver quantos tubarões graúdos enfrentaram uma cana dura por muito tempo.
Isso só torna a façanha do documentário “Vale o escrito” (2023) ainda mais inacreditável. Na mesma globoplay onde a série está disponível você pode encontrar mais duas ótimas produções sobre o jogo do bicho, “Doutor Castor” e “Lei da Selva”, mas “Vale” é imbatível: consegue depoimentos dos próprios bandidos, em um festival de explanação de dar inveja aos patriotas que invadiram a Praça dos três poderes — só que os crimes confessados são um pouco piores do que defecar na mesa de um ministro do STF.
Além das indiscrições, temos personagens impagáveis como Piruinha, o contraventor nonagenário que não larga sua tulipa de chopp; o delegado Vinicius Jorge, que conta as histórias mais escabrosas da guerra do bicho com uma carinha de quem está gostando demais e a estrela principal, Shanna Garcia, a herdeira destituída de Waldomiro Paes Garcia, o Maninho, que sem poder chefiar a família por ser mulher, agiu nas sombras para poder recuperar parte do seu espólio.
Um elenco que não deve nada às melhores produções da HBO. Quem tem Capitão Guimarães não precisa de Tony Soprano.
God's Away on Business
Gabriel Trigueiro
A dica de hoje é “The Sunset Limited”, a adaptação da peça de 2006 de Cormac McCarthy para a televisão (para a HBO, para ser mais preciso), feita em 2011 e estrelada por Samuel L. Jackson e Tommy Lee Jones, e dirigida pelo segundo.
O plot é simples: Mr. White (Jones) tenta suicídio mas é salvo por Mr. Black (Jackson), daí se segue uma conversa de 90 minutos entre os dois a respeito da existência de Deus, o absurdo da condição humana e esse tipo de coisa leve.
Essa adaptação de “The Sunset Limited” não é propriamente a coisa mais inventiva do mundo, nem tampouco a direção de Tommy Lee Jones opta por soluções corajosas ou criativas ao longo do filme. Então, é claro, há o tempo todo aquele cheiro meio difícil, meio complicado, de “teatro filmado”, é verdade.
No entanto, vou repetir mais uma vez: texto de Cormac McCarthy e atuações de Samuel L. Jackson e Tommy Lee Jones.
E se você precisa de mais do que isso para ser feliz, tropinha, eu sinceramente acho que você tem probleminha, na moral.
Ser gostosinho não é crime e nunca vai ser
João Luis Jr.
Ainda que a galera goste de subestimar, uma boa música pop precisa andar numa linha absolutamente tênue e específica, onde muito pouca gente consegue caminhar. Você precisa ser cantarolável sem ser clichê, precisa ser criativo sem deixar quem está te ouvindo pra trás. Uma boa canção pop, aquela que te pega pelo ouvido, tem a capacidade de tocar pela primeira vez e já te causar uma sensação quase perturbadora de familiaridade, não porque ela está repetindo alguém, mas porque ela se conectou com alguma coisa que sempre esteve dentro de você, e que acabou acordando quando ela começou a tocar.
E é mais ou menos essa sensação que você tem quando Julio Secchin, na 2ª faixa do seu novo disco “Erupçando”, solta um “escolhi o Yoshi, e a vida com você”. Um lance fofo sem ser brega e que é gostosamente familiar, não por ser um clichê, mas porque o artista tá ali acessando sentimentos que você entende mas talvez nunca tinha articulado antes, muito provavelmente porque seu único contato com a música foi naquelas aulas de flauta doce que todo mundo ficou meio aliviado quando você desistiu depois de duas sessões.
Sequência do primeiro álbum de 2019, “Festa de Adeus” e dos singles “Jovem” e “Meus Boletos”, “Erupçando” é um disco curtinho (menos de 26 minutos) mas tão gostoso que você sente vontade de deixar tocando por tempo indeterminado e ir descobrindo as coisinhas novas e ao mesmo tempo familiares que ele tem pra oferecer. Se música gostosinha for um crime, tá aí um cara que vai acabar sendo preso.