No outono é sempre igual
Bom dia, meu federal, curtindo o climinha de outono?
E a família, como tá? E que tal essa temporada de Succession? Tá rolando também um Mandaloriano forte, hein. Aliás, tem poucas coisas na vida que não podem ser melhoradas pela simples presença do Baby Yoda (eu sei que é Grogu, mas me deixa). Eu por mim inclusive colocava o Baby Yoda em Succession, disputando o espólio do Logan Roy. Por que não?
Baby Yoda cabia até em um episódio de Os Normais – interpretando um “sobrinho estranho” da Vani, fala comigo. Mas mudando de pato pra marreco: e essa edição do BBB, hein? Tá uma edição mais branca do que um show do Bala Desejo.
Mais branca do que pegar uma fila de 1h em Santa Cecília para tomar brunch. É tão branca que não compra ração, cozinha a comida do seu pet.
É tão branca que bebe leite de soja e usa “jeans ético” e só veste “slow fashion”. É tão branca que tem uma poltrona costela assinada, na sala de casa. Enfim, nesse pique aí. Alguém tem que fazer algo a respeito.
Na edição desta semana, Gabriel continua sua lista afetiva de bares e restaurantes do Rio; Arnaldo fala do ex-juiz com voz de marreco e boquinha de disquete e João debate a candidatura de Maurício de Sousa para a Academia Brasileira de Letras.
Além disso, temos cartum do Arnaldo e dicas preciosas da redação. Como diria Ben Grimm, o sobrinho favorito da Tia Petúnia, “Tá na hora do pau!”
Sergio Moro e a Síndrome de impostor
Arnaldo Branco (Instagram: @arnaldobranco)
Outro dia uma daquelas cartelas de texto com frases motivacionais viralizou no instagram, dizendo algo como “seja fã do trabalho dos seus amigos” — o que me parece uma maneira muito utilitária de enxergar o mundo. Por mim meus amigos podem ser completamente incompetentes no que escolheram para fazer, de acordo que preencham alguns requisitos na categoria amigo, e nem nessa esfera precisam gabaritar nada não. Amizade já é uma ocupação muito exigente.
Na verdade esse é um cenário hipotético, eu nem tenho amigos nessa situação, embora tenha vários que odeiam seu próprio trabalho independentemente do grau de eficiência com que o executam.
Mas se tivesse amigos assim, não faria nenhuma questão de confrontar nenhum deles sobre essa questão. Acho engraçado porque já vi algumas das pessoas que compartilharam essa mensagem edificante insinuando que amigo mesmo é quem diz as verdades duras que você precisa ouvir. Se fossem coerentes em vez de incentivo deveriam estar praticando o desencorajamento.
Pensei nisso depois que o ex-juiz, ex-ministro e futuro ex-senador Sergio Moro caiu novamente em desgraça por fazer mais uma escolha estúpida — dessa vez comprar briga com o ministro mais vingativo do Supremo Tribunal Federal, pregando mais um rabo de burro na galera que um dia chamou o cara de estrategista. Se tem um sujeito evidentemente incapaz que foi constantemente instigado a ir em frente, tocando um serviço porco, é ele mesmo, o Eliot Ness de Maringá.
Moro é um bom contraponto pra todo mundo que sofre da Síndrome de impostor porque ele mete os peitos sem nenhum medo, além de nenhuma habilidade, em toda confusão política e jurídica que qualquer leigo evitaria dispondo de um mínimo de instinto.
E tudo fica pior porque além de não ter esses proverbiais amigos de verdade, o cara tem um enorme coro de animadoras de torcida.
No Rio de Janeiro não se come mal (parte 2 e final)
Gabriel Trigueiro (Instagram: @gabri_eltrigueiro)
Afro Gourmet
Falar em restaurante "especializado em comida africana” faz tanto sentido quanto falar em restaurante “especializado em comida européia”, mas paciência, é assim que o Afro Gourmet normalmente é apresentado pela imprensa carioca. Então, beleza, vamo que vamo.
O cardápio é o resultado de extensa e cuidadosa pesquisa da chef e proprietária Dandara Batista e é um dos poucos lugares no Rio em que você pode comer um mafê de frango: prato típico de Marrocos e Senegal, feito de cubos de frango, amendoim, especiarias, tomate e cuscuz marroquino de acompanhamento.
O arroz de hauçá é o meu favorito – comida de inspiração nigeriana, feita com carne-seca frita, arroz de leite de coco, molho de camarão e azeite de dendê. Baita lugar.
Fatchia (pizza estilo Detroit)
Primeiramente, e com todo o respeito, um salve e um obrigado à minha amiga Bia Medeiros – a responsável por me botar na fita da Fatchia, a melhor pizza do Rio de Janeiro. Um cínico, é claro, poderia argumentar que a barra de comparação tá lá embaixo, porque procurar uma pizza boa no Rio é tão difícil quanto achar uma roda de samba sem publicitários brancos em São Paulo.
A verdade é que há muito tempo a coisa mudou e já dá para encontrar um monte de pizzarias excelentes na cidade (Ferro e Farinha, Ella, Oggi, Tribas, Locale etc.). A Fatchia é o seguinte, é uma iniciativa do Facchinetti, dj brabo e sujeito gente boa, que é um nerd e estudioso desse negócio aí chamado PIZZA.
De quando em quando ele abre, no perfil da Fatchia (lá no Instagram), a data de um evento com lotação limitada, normalmente em algum casarão bonito à pampa no Rio de Janeiro, no qual você come alguns sabores de pizzas feitas por ele, bebe vinho bom (ou cerveja) e escuta um som discotecado pelo cabra.
A pizza é estilo Detroit (massa alta, fofa, aerada) e, na moralzinha, não me lembro de já ter comido uma pizza tão boa em São Paulo, Nova York, ou em qualquer outro lugar. Bagulho é absurdo mesmo. Fica de olho e tenta ir.
https://instagram.com/fatchia_pizza?igshid=YmMyMTA2M2Y=
Naturalie Bistrô
Full disclaimer: sou amigo da Nathalie, chef e dona do Naturalie, mas se indico o Naturalie aqui evidentemente não é por isso, mas pelo fato dele ser bom para um caralho. Poucos lugares são tão atentos aos insumos e a todas as etapas da produção de um prato.
A gente tá em 2023, então eu acho que, a essa altura do campeonato, não preciso convencer ninguém de que a culinária vegetariana pode ser um negócio muito gostoso e delicinha, né. O restaurante da Nathalie é tudo isso e muito mais. A feijoada e o PF são imbatíveis.
A rabanada, feita com pão de fermentação natural, e a mousse de tapioca com crocante de amêndoas e morango, são um cafuné na alma. Sobre a granola eu nem vou falar nada. Papo de experiência religiosa.
Bar Sambódromo
O Bar Sambódromo tem um petisco que é POLVO NO PÃO DE ALHO. Fim.
Braseiro e Majórica
Rodízio é coisa de adolescente, adulto gosta é de à la carte. Braseiro e Majórica são as melhores churrascarias cariocas e ambas não operam com rodízio, se liga. Infelizmente são caras, mas numa cidade onde quase todos os lugares são inflacionados, pelo menos são restaurantes que ENTREGAM TUDO, como dizem os jovens.
No Braseiro, vá no classicão: picanha, batata frita, farofa e tal. Ah, linguiça na brasa de entrada, é óbvio. Na Majórica, mesma coisa. Não precisa inventar para ser feliz. Como dizem os dodói da internet: “Reject modernity, embrace tradition”, etc.
Enchendo Linguiça
O Enchendo Linguiça eu conheço e frequento desde quando surgiu a primeira unidade, lá no Grajaú. Mas o que eu gostava mesmo de ir era no da Lapa, que infelizmente já fechou há alguns anos. De todo modo, vá no original, do Grajaú, que você vai ser feliz.
O carro-chefe é o joelho de porco, pururucado numa televisão de cachorro, igual a um frango de padaria. Ou seja, é uma versão abrasileirada, e portanto melhorada, do eisbein alemão. Estoure logo a boca do balão e peça de acompanhamento um arroz à piamontese — só se vive uma vez etc.
Restaurante Salete
Não sei onde foi, acho que no programa do Edu Goldenberg, no YouTube, que o Arnaldo até já indicou aqui, que vi que o responsável pelas empadas do Salete, as melhores da cidade, tinha ido trabalhar no Bar do Chico (a cerveja mais gelada do bairro, bem na Afonso Pena, perto do América), a poucos metros de distância.
Não sei se é fato ou ficção, mas o que sei é que você ainda encontra empadas maravilhosas no Salete. Believe the hype, família. Esqueça a fama das empadas do Caranguejo, em Copacabana. Muito barulho por nada. Fuja das empadas do Belmonte.
Aceita a Tijuca. Abraça a Tijuca. E torça para que ela te aceite e te abrace de volta.
Cabaça do Minho
A Cabaça do Minho é o anexo, ao ar livre, do Rio Minho: o restaurante mais antigo do Rio de Janeiro, de 1884, especializado em frutos do mar. A entrada do restaurante principal é pela Rua do Ouvidor com a Rua do Mercado, e a Cabaça é na lateral, pelo Boulevard Olímpico. Vá e se esbalde com o risole de camarão (quase tão bom quanto o do Príncipe de Mônaco); os bolinhos de bacalhau e o polvo frito com arroz de brócolis e coradas.
Boteco Rainha
O Boteco Rainha (ou, a propósito, o Boteco Princesa ou o Galeto Rainha – todos os três têm variações do mesmo cardápio e a assinatura do mesmo chef, o Pedro de Artagão) é aquele lugar que eu adoraria não gostar: é o lugar em que playboy do Leblon vai para falar mal do PT ou sobre coisas como “injeção eletrônica” e demais assuntos de hetero top, sei lá eu.
Mas o fato é que as empadinhas; os PFs; o arroz de polvo; o melhor arroz de brócolis do mundo; o torresmo de barriga (pururucado à perfeição) são inigualáveis. Enfim, o que não falta é motivo para passar pano para o Rainha. Vá uma vez e tente não concordar comigo.
500 paus, aceito pix
Arnaldo Branco
Não apenas gibi é literatura como vou bater com um volume completo de “Bone” na sua cabeça
João Luis Jr (Medium: joaoluisjr)
E daí que o quadrinista Maurício de Sousa, criador da Turma da Mônica, se candidatou a uma vaga na Academia Brasileira de Letras. Responsável por personagens que já cruzaram todas as mídias e venderam mais de 1 bilhão de exemplares em 60 anos, o homem que não apenas ficou rico como moldou a infância de diversas gerações através do hábito de ficar desenhando os próprios filhos em HQ, oficializou sua intenção de buscar o assento da ABL que foi de Cleonice Berardinelli, falecida no começo deste ano.
Uma barbada, certo? Afinal, Maurição tem uma vasta obra, que impactou em muito a cultura brasileira, sempre teve posições um tanto quanto conservadoras e já é até mesmo membro da Academia Paulista de Letras, onde, em 2013, se tornou o primeiro autor de gibis a ser empossado pela entidade, comprovando que mesmo as entidades mais anacrônicas não conseguem negar o brilhantismo do homem responsável pela criação do personagem Bugu (“alô mamãe!”).
Quer dizer, algumas entidades conseguem sim. Isso porque segundo pessoas bem informadas sobre o bastidores da Academia Brasileira de Letras, Maurício, apesar de bem visto pelos integrantes da casa, não teria grandes chances na disputa pois o filólogo Ricardo Cavaliere já teria o endosso de Evanildo Bechara, um dos principais filólogos do país e que, aos 95, desejaria fazer seu “sucessor” na academia, confirmando a terceira regra do clube da filologia, que é “filólogo sempre ajuda filólogo” (as duas primeiras regras, obviamente, são “você não fala sobre o clube da filologia”).
Mas mais do que realizar qualquer crítica aos critérios ou a lógica da ABL - não vamos aqui cair no buraco do antiacademicismo e negar o valor de muitos membros da Academia, mas também não vamos ignorar o fato de que são idosos de roupinha comandados pelo Merval Pereira que negaram uma vaga para o Martinho da Vila - ou discutir os méritos de Maurício de Sousa - um gênio das HQs que também já lançou edição onde a Mônica anda de mão dada com policial da ROTA, uma das tropas que mais matam na polícia de SP - é peculiar ver como o debate, que era sobre a ABL e Maurício, se tornou, para alguns, uma discussão sobre os méritos dos gibis enquanto arte.
Isso porque o jornalista James Akel, uma espécie de Padre Kelmon da eleição para a ABL, não apenas declarou que quadrinhos não são literatura e sim "entretenimento", como posicionou sua candidatura como uma espécie de oposição a candidatura do pai da Mônica. Autor da ilustre obra “Marketing Hoteleiro com Experiências”, de 2001, o jornalista também defende posições igualmente fascinantes como “a ditadura tinha razão” e “quem foi torturado mereceu”, entre outras coisas.
E ainda que cause um certo nível de alívio poder discutir se quadrinhos são literatura após debater nos últimos anos se “vacina realmente funciona” ou “são mesmo os índios que estão incendiando a floresta”, não deixa de ter algo de muito ridículo em precisar, no ano de 2023, discutir se a forma de arte que já deu ao mundo “Maus”, “Fun Home”, “Sandman” e esse painel aqui merece, ou não ser tratado com respeito.
Porque ainda que Mauricio de Sousa, como boa parte das grandes figuras da nossa história, misture sim genialidade com decisões um bocado questionáveis, e ainda que a Academia Brasileira de Letras, como grande parte das nossas instituições, exerça seu papel da maneira mais caótica e anacrônica possível, não tem mais cabimento nem mesmo, no campo das hipóteses mais loucas, questionar a importância dos quadrinhos, sejam como mídia, como forma de arte, ou como único ambiente, até hoje, onde foi retratado um homem dinossauro dizendo para um homem fantasiado de aranha que não quer curar doenças graves e sim transformar pessoas em dinossauros.
Coisa assim importam, e não podemos aceitar que alguém ainda finja que não.
Vai na minha
Dicas de consumo do pessoal da redação
No qual falo mal de podcasts, mas lhe indico um podcast
Gabriel Trigueiro
Olha, não sou exatamente fã de podcasts não. Sei que soa meio old man yells at cloud e tal, mas às vezes me incomoda o fato de que gente inteligente e talentosa esteja cada vez mais tratando o ato da escrita como, sei lá, cheirar rapé, ou alguma outra excentricidade vitoriana anacrônica.
Agora tudo é vídeo, tudo é podcast: já deu desse negócio, né. Isso posto, a dica dessa semana é sim um podcast – o “This Little Light”, do Flea, que provavelmente você só conhece como o baixista virtuoso do Red Hot Chili Peppers, mas que além disso é um sujeito boa praça que tem um conhecimento musical enciclopédico.
O “This Little Light” é um projeto que busca arrecadar recursos para o Silverlake Conservatory of Music, uma escola de música criada pelo Flea e um broder, em 2001. Além disso, a ideia principal é a de sempre receber músicos, com experiências variadas, para discutir processo criativo, influências e formação musical.
Por ora ele já recebeu gente como Rick Rubin e Patti Smith, por exemplo. No início da semana escutei o episódio no qual ele entrevista um dos meus artistas favoritos, o Thundercat.
Nesse episódio, Thundercat fala sobre o seu bonde (Kamasi Washington, Flying Lotus etc.); medita sobre a educação musical que recebeu de seus pais (ambos músicos profissionais); fala sobre sua experiência tocando no Suicidal Tendencies e sobre a ponte, que ele faz tão bem e de modo tão orgânico, entre o erudito e o pop.
“This Little Light” é um excelente podcast por muitos motivos, mas sobretudo porque é uma conversa acessível sobre música, feita por gente completamente apaixonada e obcecada por esse negócio.
Arte e assassinato
Arnaldo Branco
O produtor, arranjador, músico e compositor Phil Spector sempre representou um desafio para quem sente dificuldade em separar a arte do artista. Desde quando ainda estava em atividade (o último disco que produziu por inteiro foi “End of the century” dos Ramones, em 1980) são famosas suas histórias de assédio moral, episódios tenebrosos que envolviam pistolas carregadas para obrigar os artistas com que trabalhava a fazer exatamente o que ele queria.
Só que o cara foi responsável por canções como “Be my baby”, “You’ve lost that lovin’ feeling”, “He’s a rebel”; juntou um dos melhores times de músicos de estúdio da História (o “Wrecking crew”, tema de um excelente documentário ) e criou a famosa “wall of sound” a superposição de instrumentos que dava a impressão de trazer uma orquestra para dentro da sua casa, mesmo que você botasse o disco para tocar em uma vitrolinha portátil.
Mas em 2003 tudo mudou: sua mania de ameaçar dar tiros acabou fazendo uma vítima, a atriz Lana Clarkson, morta com um disparo no rosto. “Spector” (Star+, 2022), documentário em quatro partes, conta a história do excêntrico produtor que virou assassino, mas dá bastante espaço para celebrar a memória de Lana e mostrar o julgamento, um circo de horrores em que a defesa tentou vender uma tese improvável de suicídio.
Durante as sessões do tribunal Spector insistiu com pedidos para tocar suas canções, achando que a beleza de sua obra atenuaria a gravidade do seu ato. Não foi atendido e morreu na cadeia em 2021, em um raro caso em que uma celebridade de Hollywood não passou impune. Ainda bem que aqui a Justiça soube separar as coisas.
O simples, mas feito com cor, jeitinho e carisma
João Luis Jr.
Ainda que seja importante pra absolutamente qualquer tipo de narrativa, poucos gêneros são tão dependentes do quanto a gente simpatiza e se importa com os personagens quanto a comédia romântica. Um filme de ação pode te distrair com brigas e explosões, um mistério pode te ganhar nas reviravoltas, um terror muitas vezes depende muito mais do quão interessante é o monstro do que do quanto você se importa que as pessoas fiquem vivas, mas numa comédia romântica se os protagonistas não forem capazes de te cativar a chance do filme funcionar é baixíssima.
E em “Rye Lane”, da diretora estreante Raine Allen-Miller, os protagonistas funcionam. Interpretados respectivamente por Vivian Oparah e David Jonsson, Yas e Dom, são dois personagens que carregam em si diversos dos clichês mais óbvios das comédias românticas, indo desde o cara capacho demais que levou um pé na bunda até a garota elétrica demais que surge pra mudar a vida dele, mas conseguem, na base do carisma e da química entre si, tornar divertida e especial uma história que, em última análise, muito mais homenageia do que foge das expectativas em torno do gênero – com um carinho especial por “O Diário de Bridget Jones” transparecendo em diversos momentos.
Em pouco mais de 1h20 de duração, a produção britânica que transcorre quase toda durante um dia de aventuras de dois jovens que estão saindo de relacionamentos complicados e acabam se conhecendo por acaso, consegue apresentar uma história divertida, contada de forma ágil e musical, numa Londres que em poucos filmes foi tão bonita e tão colorida. Não é um filme que reinventa a roda, como acho que pouca gente espera que uma comédia romântica seja, mas que consegue sim fazer com que a roda gire de forma macia, inteligente e cativante. O que já está bom demais.