Conforme solicitado #25
O sol há de brilhar mais uma vez
Chegamos ao número 25 da Conforme Solicitado e, tal qual afirmou Fred Nicácio, “Aqui dois papos não se cria”. Aos poucos vem retornando algum grau de normalidade institucional no país: governo Lula responsabilizando milicos; há pela primeira vez a possibilidade real do enquadramento jurídico do Bolsonaro como “genocida”, por conta do conjunto de ações e omissões com os yanomamis e há mais arcos interessantes de personagens nesta edição do BBB do que em um romance da Jennifer Egan.
Aquele clichê de que o ano só começa após o carnaval continua verdadeiro. Enquanto isso não acontece, vamos aproveitar. Aliás, domingo agora tem ensaio técnico da Mangueira e da Mocidade na Sapucaí e o sol há de brilhar mais uma vez.
Nesta edição Arnaldo, tal qual um George Orwell de Santa Teresa, fala sobre as artimanhas da nossa linguagem política; Gabriel escreve sobre liberais e liberalices e João se emociona com o sucesso internacional de George Santos.
Além disso, temos os cartuns brabos do Arnaldo e dicas mais crocantes do que o torresmo do Bode Cheiroso. Como diria o ex-BBB Pedro Scooby: “A vida é irada, vamo curtir!”.
Word patrol
Arnaldo Branco
Semântica
Arnaldo Branco (Instagram: @arnaldobranco)
Semana passada o PSDB entrou com uma ação na Justiça para impedir que o site do governo brasileiro use a palavra “golpe” para se referir ao processo de impeachment da Dilma Rousseff. Já o MBL protocolou um projeto de lei para proibir o uso da linguagem neutra em documentos públicos. Era exatamente isso o que eu queria da administração Lula, a volta triunfal da falta do que fazer. Eu mesmo já estou implicando de novo com participante de reality show e reclamando de escalação de festival de música.
Por ora vamos esquecer do MBL, como se fosse preciso pedir, e nos concentrar no ataque de pelanca do PSDB. Primeiro que é engraçado que o partido faça questão de afirmar a legitimidade de um processo do qual já tentou se descolar, até porque sabe que o afastamento da Dilma representou o início da derrocada dos próprios tucanos, e ninguém gosta de admitir que foi tão burro.
Até o candidato derrotado Aécio Neves, que começou toda a confusão questionando o resultado das urnas em 2014, disse depois que estava só brincando. E talvez seja verdade, muitas coisas envolvendo o PSDB parecem piada, como ter um segmento representante do movimento negro chamado Tucanafro cujo símbolo é um tucano preto vestindo uma boina do Bob Marley e que já foi presidido por uma loira.
Mas é preciso entender porque é tão importante para tantos afirmar com veemência que as manobras políticas que culminaram no impeachment foram completamente legais e bem fundamentadas. O jornalista Pedro Doria inclusive prefere uma outra expressão para se referir a elas que é “jogo duro constitucional”, como se o legislativo fosse uma espécie de estádio argentino onde é preciso abrir mão da técnica e partir para o futebol-força na tentativa de vencer o adversário.
Porque defender o impeachment não é uma tarefa tão fácil. Afinal, foi um processo conduzido por um cara que usou o nome da própria mãe como senha da conta na Suíça onde guardava os milhões que roubou da gente, e que foi praticamente conduzido da tribuna de onde liderou a votação para a cadeia. Tem também o fato de que o delito que motivou o impeachment foi legalizado assim que Dilma deu lugar ao vice-presidente que também assinou o mesmo ato mas foi poupado. E também porque existe um certo áudio vazado com um diálogo nada republicano onde dois golpistas discutem os meandros do golpe, deixando claro que o golpe foi, como direi, golpe.
Com a queda de Dilma Rousseff o caminho ficou aberto para os bandidos que povoaram aquela votação tomassem o poder de assalto. Em vez dos caciques do PSDB, quem deitou e rolou foi o baixo clero do Centrão e seu representante mais popular, aquele cara que precisa esticar a estadia em Orlando toda vez que alguém abre um documento com dados do seu governo. Os últimos seis anos de desmandos tem muitos culpados diretos mas muito mais facilitadores envergonhados.
E por isso que para eles é preciso afirmar categoricamente que não foi golpe. É preciso declarar que tudo que aconteceu na época foi legítimo para que tudo que aconteceu depois pareça acidente.
Liberais etc.
Gabriel Trigueiro (Instagram: @gabri_eltrigueiro)
Recentemente a Harper’s Magazine promoveu uma mesa redonda sobre a história do liberalismo. Foram chamados Patrick Deneen; Francis Fukuyama; Deirdre McCloskey e Cornel West. Os melhores insights e argumentos vieram de West – sob muitos aspectos o mais outsider da mesa: socialista, preto e cristão.
Deneen, um conservador comunitarista e católico, não falou nada de muito original. Fukuyama, desde que saiu da direita e caminhou alguns passos para a esquerda, se tornou um pensador mais complexo e mais atento às nuances da realidade política. Fez bem pra ele: ir para a esquerda oxigenou a cabeça do velho.
Deirdre McCloskey, mulher trans e liberal clássica, mas que argumenta mais ou menos dentro da ortodoxia de sempre da Escola de Chicago, não apresentou nada de novo sob o sol.
West, como já disse, é quem tem mais perspectiva dentro da discussão. Ele estabeleceu uma diferença, por exemplo, entre aquilo que chamou de “o lado ensolarado do liberalismo” (a defesa de direitos, liberdades e garantias inalienáveis) e “o lado escuro do liberalismo” (a cegueira diante da opressão pelo poder econômico, a convivência pacífica com o militarismo e o histórico de imperialismo).
Segundo sua concepção, a tradição liberal precisa ser compreendida dialeticamente como uma tradição heterogênea (não existe um liberalismo, mas muitos), com seus vícios e virtudes.
Fukuyama lembrou, por exemplo, que embora muitos liberais usem a expressão “democracia-liberal”, como se uma coisa necessariamente implicasse na outra, ou ainda como se as duas ideias tivessem andado sempre juntas, isso é historicamente falso.
Para citar apenas os exemplos contemporâneos de “democracias iliberais”, dá pra pensar na Hungria, de Viktor Orbán, e na Ìndia, de Narendra Modi. Isso, claro, para não falarmos dos planos que o bolsonarismo tinha para o próprio Brasil e que, de certa forma, conseguiu concretizar, ainda que parcialmente, ao longo dos últimos quatro anos.
Além disso, há “autocracias liberais”, como Fukuyama recorda: “O caso clássico foi a Alemanha do final do século XIX, que tinha um estado de direito muito forte, muita liberdade individual, mas nenhuma transparência democrática. Cingapura é um exemplo contemporâneo”.
O problema, como Cornel West lembra, é que historicamente os primeiros experimentos liberais foram compatíveis com distinções hierárquicas bem marcadas – baseadas em lógicas imperialistas, racistas, sexistas etc.
É preciso haver instituições contra-majoritárias que consigam assegurar direitos e garantias básicas a grupos em situação de vulnerabilidade, até porque com frequência a sociedade pode ser xenofóbica, paroquial e reacionária. E sempre há o fantasma da tal da tirania da maioria.
A tradição liberal, como qualquer outra tradição política, é um troço complexo, multifacetado, rico e com problemas e pontos cegos. No contexto brasileiro serve para se referir a gente tão diferente entre si quanto o ex-ministro Paulo Guedes e a deputada federal Tabata Amaral.
Ainda que seja uma discussão muito norte-americana, ler o debate feito pela Harper’s é um primeiro passo no sentido de estabelecer diferenciações e captar nuances. Mal não faz.
George Santos e a alegria de poder ver a política brasileira pelo lado de fora
João Luis Jr (Medium: joaoluisjr)
A política no Brasil sempre caminhou numa esquisita linha entre o trágico e o cômico, como se você estivesse assistindo a série “Chernobyl” e do nada começassem a aparecer na tela personagens da Escolinha do Professor Raimundo gritando coisas como “aí eu vou pra galeeeera”. O genocida protofascista responsável pela morte de milhões é também o cara que ofereceu remédio pra uma ema, o prefeito que roubou o tubo de oxigênio do pronto-socorro da cidade pra usar na choppeira durante um churrasco causou a morte de uma pessoa, o político que falava “estupra mas não mata” é o mesmo que foi liberado da prisão preventiva por estar doente demais e no dia seguinte foi visto comendo pastel na rua.
Isso cria situações em que o humor acaba sendo usado primeiro como mecanismo de proteção – diante da irrealidade da maior autoridade do país, durante uma pandemia, negando a eficiência das vacinas mas oferecendo uma substância sem nenhum efeito comprovado pra uma ave de grande porte, ou você ri ou você chora – e depois como reação natural diante de uma coisa que, bem, é um tanto quanto engraçada mesmo, por mais terríveis que sejam as consequências. Uma ema, galera, o cara tava oferecendo cloroquina pra uma ema. Sério, como que pode.
Ainda assim, é visível que, na maneira como o brasileiro ri da própria política, existe sim um grande elemento de desespero. Rimos do manifestante preso na frente do caminhão mas sabemos que existir gente disposta a algo assim não é exatamente um bom sinal; rimos do terrorista que compra explosivo na mesma loja onde compramos camisa de futebol falsificada mas agora sabemos que tem galera aí comprando dinamite sem medo; rimos do ex-ministro do Bolsonaro que guardava minuta de golpe dentro do armário numa pasta chamada “Pasta inocente sem planos de golpe”, mas não tem como negar o quão perto tanta gente tão imbecil chegou de realmente acabar com a democracia no Brasil.
Exatamente por isso vem sendo tão gostoso, divertido, e até mesmo catártico, acompanhar a fascinante jornada de George Santos, o brasileiro que conseguiu ser eleito deputado nos Estados Unidos usando uma plataforma que consistia basicamente em inventar as histórias mais absurdas que conseguisse, fossem elas úteis ou não pra campanha, e espalhar todas essas informações da maneira mais descompromissada possível.
Dizer que os avós brasileiros nasceram na Ucrânia para parecer que eles foram refugiados da Segunda Guerra? Ele fez isso. Mentir sobre estar estudando numa universidade americana enquanto estava dando cheque sem fundo em Niterói? Ele fez isso também. Dizer que trabalhou na Goldman Sachs enquanto estava empregado numa possível empresa de gatonet? Com certeza ele também meteu essa.
Mas não para por aí, claro. George também alterava a profissão da sua mãe de acordo com o entrevistador – se queria angariar simpatia, ela havia sido faxineira, se queria impressionar de outra maneira, ela havia sido executiva, de qualquer maneira ela teria morrido nos atentados de onze de setembro, o que, bem, também não é verdade.
Além, é claro, da incrível cereja do bolo que é ser um político do Partido Republicado com fortes pautas anti-LGBTQIA+ que, apesar de gay assumido, defende uma forte agenda conservadora, porém aparentemente já participou da parada gay de Niterói com a fascinante alcunha de “Kitara Ravache”, o único nome de drag capaz de remeter, ao mesmo tempo, ao videogame Mortal Kombat e a uma novela do Manoel Carlos.
Nada que não tenha sido necessariamente visto antes no Brasil – quantos políticos bolsonaristas não falsificaram diplomas ou mentiram sobre formação acadêmica, desde Damares que tem mestrado em escola bíblica até Witzel que tinha doutorado em Harvard sem nunca ter ido lá – mas a picaretagem de Santos ganha uma graça especial por não apenas acontecer num momento em que a política brasileira anda gerando mais consternação do que risadas e também servir parar lembrar o quanto a “maior democracia do mundo” sofre com dramas parecidos com o nosso, como também por ser uma pataquada política que, ao menos por enquanto, não coloca nossas vidas em risco, não consome dinheiro nos nossos impostos, não atrasa a vida de ninguém aqui no nosso país.
Isso e, claro, Kitara Ravache. Sério, nem todas as temporadas de Rupaul’s Drags Race conseguem preparar alguém pra um nome tão bom assim.
Ciência do comportamento
Arnaldo Branco
Vai na minha
Dicas de consumo do pessoal da redação
O que está acontecendo? Tem uma rebelião acontecendo
Arnaldo Branco
Hoje vou falar de um documentário do ano passado que acabei de rever (“1971: o ano em que a música mudou o mundo”) por causa de um que acabei de ver (“Summer of soul”) e que desconfio que o Gabriel vai querer resenhar. Vai que é tua, Gabs (ou me devolve a bola hehe).
O último é dirigido por Questlove, multi-instrumentista do Roots, e fala sobre um grande festival de música negra no Harlem em 1969; enquanto o que quero comentar faz um amplo painel do estado da música no ano mencionado no título — significativo porque estava mais do que claro para o público da época que o sonho hippie tinha acabado e que cantar sobre botar flor no cabelo não fazia muito sentido quando tinha soldado da guarda nacional atirando contra estudante na Universidade de Kent State, Ohio.
1971 foi um ano carregado na política americana: a prisão de Angela Davis, o assassinato do ativista George Jackson, a rebelião no presídio de Attica (que terminou como o massacre no Carandiru, com a polícia abrindo fogo à esmo), atentados à bomba em retaliação à política de repressão do governo Nixon, a guerra do Vietnã ainda sem data para acabar. A música tinha que responder à altura, e respondeu: é um ano repleto de álbuns clássicos onde excelentes canções serviram de plataforma para discutir feminismo, racismo, drogas, religião, sexualidade, revolução.
Tanto empenho para entender o mundo levou muitos talentos ao burnout (Jim Morrison, Sly Stone) ou a níveis mais altos de desempenho artístico nos anos seguintes (David Bowie, James Brown, Marvin Gaye). Contém cenas inesquecíveis, como Bowie tocando pela primeira vez na vida “Changes” para um festival de Glastonbury (o primeiro) completamente vazio.
Vem chegando o verão
Gabriel Trigueiro
Arnie estava certo, obviamente eu iria escrever sobre Summer of Soul. Só agora consegui assistir ao doc do Questlove sobre o Harlem Cultural Festival, de 1969, um festival com um lineup brutalmente bem escalado, com a fina flor da música negra norte-americana, mas que foi apagado da memória coletiva porque as fitas de sua gravação haviam desaparecido, ou quase isso, por mais de meio século.
Voltando ao lineup do negócio, o que impressiona é a diversidade e o grau de excelência da música negra dos EUA: Stevie Wonder no início de carreira, mas já um gênio; David Ruffin (ex-Temptations), com um charme hipnotizante, mas quase anacrônico de “política de respeitabilidade”; Sly and the Family Stone com sua psicodelia e lisergia de um lado; B.B King apresentando o fundamento de todo o cancioneiro popular norte-americano com o seu blues do outro; Gladys Knight & the Pips com o R&B e soul de Atlanta, a deusa Nina Simone e, entre outros nomes incríveis, gente como o The 5th Dimension – uma banda composta majoritariamente por pessoas negras, mas acusada na época de fazer uma sonoridade “branca”, uma besteira imensa e sem tamanho.
Eu sou um chorão da porra, não sou parâmetro pra nada, mas se Aftersun já tinha me destruído, Summer of Soul acabou com o trabalho. Assistir a gente como Mavis Staple, ainda bem novinha, e as Edwin Hawkins Sisters, cantando louvores para uma plateia formada majoritariamente por gente negra foi forte demais.
Difícil não conectar com a lembrança da minha avó, uma mulher preta evangélica, e até com o early Kanye cantando em Jesus Walks “They say you can rap about anything except for Jesus / That means guns, sex, lies, videotape / But if I talk about / God my record won't get played, huh?”.
Há uma linha de continuidade entre a minha avó cantando (louvores, mas também Caymmi e João Gilberto) enquanto cozinhava moela e passava café, aquilo que aconteceu no fim da década de 1960 no Harlem, até chegar finalmente em Jesus Walks. Como já disse Luiz Antônio Simas “Só é ancestral aquilo que é contemporâneo; que não é sujeito às vicissitudes do tempo porque funda a própria ideia de temporalidade”.
Summer of Soul é o antídoto contra o gaslighting cultural imposto à cultura negra. A cena final, quando o camarada lá se emociona e chora e entende que não estava louco e que as suas memórias sobre o festival eram todas reais, talvez seja um dos comentários mais sofisticados, eloquentes e dolorosos que eu já tenha visto sobre a questão racial. O que Questlove fez com esse documentário não tem tamanho.
Tudo em todo lugar ao mesmo tempo porém seria legal você assistir agora
João Luis Jr
Poucas coisas são mais fáceis e óbvias do que recomendar um filme que acabou de receber uma caralhada de indicações ao Oscar. É feito recomendar “coca cola” como dica de refrigerante, falar que tem um moleque aí chamado “Messi” que tá vindo forte no futebol, dizer que esse lance de “internet” parece ter vindo pra ficar e vocês deveriam prestar atenção nessa história.
Mas ao mesmo tempo que um porrilhão de indicações ao Oscar oferecem um altíssimo nível de validação e recomendação ao filme, ser reconhecido em uma cacetada de categorias pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas também garante à obra aquele estigma que apenas o produto audiovisual abraçado pelo establishment e recomendado por todo mundo em todo lugar ao mesmo tempo recebe.
Primeiro porque existe uma certa tradição do Oscar em premiar filmes um tanto quanto, vamos dizer assim, chatos e/ou tristes. Não que não sejam normalmente grandes obras, imensas realizações cinematográficas, mas é raro que grandes premiações abracem um filme realmente DIVERTIDO. É sempre gente morrendo na guerra, gente sendo escravizada, histórias baseadas em fatos reais em que os fatos reais são absolutamente deprimentes. Mas posso garantir, amigos. “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” é um filme divertido. Tem sentimento, tem atuações brilhantes, tem um centro emocional sobre relação mãe e filha, mas também tem porradinha, dedo de salsicha, viagem no tempo e bichos que moram dentro de chapéu. É muito divertido.
E depois porque quando um filme recebe muito reconhecimento, vai ter sempre gente pra falar que ele é “superestimado”. Mas não, amigos, “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” receber 11 indicações ao Oscar não é um sinal de que ele foi superestimado, mas sim uma prova de que ele foi adequadamente estimado, porque em todas essas categorias ele está recebendo o volume certo de estima e não vamos deixar que a necessidade de gente emocionalmente carente do Twitter de se sentir especial falando que desgosta de algo intensamente gostável nos faça duvidar disso.
Ou seja, não deixe que a indicação ao Oscar iluda você: “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” é não apenas um dos filmes mais divertidos do ano passado como merece todo reconhecimento recebido e talvez ainda mereça um pouco mais, já que ainda não existe a categoria de “melhor guaxinim em longa-metragem” em nenhuma premiação. Já passou da hora de modernizar sim essas premiações.